sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

O TERRORISMO E A IGREJA


Estamos caminhando para o fim da carreira humana na terra. As profecias estão se cumprindo a cada dia que se passa. A terra, bela, formosa e produtiva está minguando sob a opressão do descuidado humano sobre ela. Não bastasse isso, o descuidado humano também chegou a nível animalesco, em que ultimamente só se pensa em si, mesmo que em detrimento dessa atitude esteja a opressão, o descuidado, o esquecimento e a falta de comiseração pelo próximo ser humano que vagueia ao nosso lado.
Ultimamente estamos acompanhando a ânsia do desejo de matar e oprimir do então presidente dos USA, Bush. Não quero dizer que Sadan seja santo, mas quando olhamos para os países que vivem na miséria, com sua população não tendo o que comer, vestir, estudos e saúde, e vemos Bush incitando uma guerra covarde que jamais atingirá Sadan, mas que certamente matará centenas e milhares de pessoas inocentes, famintas e desoladas por causa do sistema financeiro opressor, escravizador e que somente tem o objetivo principal colonizar os países que tem riquezas, mas que são mantidos na pobreza para o sustento e enriquecimento dos de primeiro mundo, precisamos questionar.
Tenho percebido que a falta de compaixão dos líderes mundiais tem causado uma inversão de valores. Os valores da vida humana só são respeitados quando eles servem de cabide para promoção pessoal, ou de escada para subir a fama e autoridade mundial. Uma prova disso é o caso do Afeganistão, que tem um governo aliado ao terrorismo, que tem o maior terrorista, mas que também tem uma população que jamais viu seus governantes, muito menos Bin Laden. Não é diferente no Iraque, o povo, induzido a endeusar seu governante, pagará o preço da promoção de Bush e da ignorância de Sadan, com suas pobres vidas.
Quando ouvimos falar de terrorismo na tv, ficamos perplexos com os atentados de 11 de setembro. Realmente foi horrível e inexplicável aquele ato. Mas, quando falo de terrorismo me faço uma pergunta: por que não temos a mesma perplexidade diante dos atos terroristas dos grandes países? Ficamos a endeusar os países, ditos de primeiro mundo, e fechamos nossos olhos aos atos terroristas que eles comentem. O pior ato terrorista é aquele que ataca uma população inocente. Nesse caso lembramos de países na África, na Ásia, na Europa Central e até mesmo na América Latina em que sua população não se desenvolve, e em muitos casos é uma população miserável e faminta por causa do terrorismo; um terrorismo que mata aos poucos, que seca, que segrega. Hitler morreu há anos, mas seu ideal, um pouco melhorado predomina no cenário mundial. Na segunda guerra mundial houve muita criação de guetos nos acampamentos de guerra. Hoje em dia a prática é a mesma, a única diferença é que no lugar de um líder, encontramos vários, no lugar de um gueto em acampamento, temos nosso país feito de guetos, e obrigados à miséria, à fome, à falta de desenvolvimento, e quando vemos os superiores, somos obrigados a estendermos a mão, num gesto de lealdade, de honra, de submissão e satisfação pela fome, pela dor e por nos manter no “terceiro mundo”.
Assim, poderíamos pensar em como seria a idéia de terrorismo na ótica de uma criança faminta do Sudão! Você conseguiria explicar a milhares de seres humanos famintos o porque da ONU gastar milhões para lhes enviar uma ração, mas não gastar um centavo para ajudar o desenvolvimento de seu país? ou, o porque mesmo a nações que se uniram mesmo sendo tão ricas, a ponto de alimentar outros países miseráveis, são agiotas imperdoáveis, oferecendo dinheiro em troca da liberdade? ou o porque gastam dinheiro para matar uma população inteira, tentando matar um só homem, e não tem o mesmo gasto no desenvolvimento de países pobres? o porque de Bush não ter a mesma ânsia em perdoar a dívida externa de países miseráveis, como a que tem para destruir pessoas e países pobres?
Estamos prestes à colonização do terceiro milênio, à besta que emerge do mar. A Igreja deve ter uma resposta, e tem uma resposta Bíblica. Essa resposta precisa sair do campo da inércia e da teoria, da covardia e da expectação, para uma ação e motivação de uma realidade humana digna como merece a coroa da criação de Deus. Enquanto a igreja ficar calada e amedrontada com o poder das trevas que mantém grande parte da humanidade sob os auspicio do terrorismo da segregação e da fome, seremos como os fariseus e saduceus eram na ótica de Jesus, o maior exemplo na luta pela igualdade e pela justiça humana: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas! ” Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia!”(Mt 23.23,27).

Alexandre Pevidor Pevidor

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