“Porque Deus amou ‘a cidade’ de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que em todos os setores dela creiam, e para que seus habitantes não pereçam, mas tenham assistência humana e espiritual, tendo vida na cidade, e vida eterna.” (Jo 3.16)
Quando vivemos numa cidade temos vários privilégios que podemos desfrutar dela; mas ao mesmo tempo em que desfrutamos de tudo o que uma cidade pode nos oferecer, temos também obrigações e responsabilidades de seres sociais em contextos urbanos. Nessa ótica vivencial vemos o relacionamento humano no cuidado ecológico homem-homem-natureza, tendo como background a solidariedade.
Todo o eco sistema foi criado de uma mesma fonte. Ao homem, todavia, foi dada a responsabilidade de cultivar e guardar todo o ambiente natural criado por Deus, para o desenvolvimento e sobrevivência de toda a criação. Entretanto, o que vemos às portas do século XXI é o ser ‘racional’ agindo irracionalmente, pois todo o gênero de animais, ditos irracionais, contribui para o bom andamento de um equilíbrio do eco sistema. Matam para comer, migram, e geram suas crias em tempo determinado. Ao ser animal humano fica reservado a pior parte. O homem é o único ser animal ‘racional’ que mata por vingança, por maldade, único que derruba as matas para vender suas madeiras, mata os animais por esporte, atropela-os nas suas estradas, rouba-lhes os filhotes, e tem prazer em tudo o que se chama “predatório”.
A igreja cristã tem sua parcela de responsabilidade nessa realidade caótica em que vive nosso sistema ecológico. Em muitas vezes ela contribui com seus lixos, suas reformas e com uma visão cimentada para a degradação da bela natureza que nos fornece vida.
Muitas perguntas surgem quando falamos sobre ecologia, no sentido de o que poderíamos fazer para melhorar nosso meio ambiente. A igreja pode e deve participar nessa melhoria em vários aspectos. É claro que essa responsabilidade não se restringe apenas à igreja cristã, mas sim, a todos os seres viventes que vêm ao mundo, vive nele e depende dele até mesmo para morrer.
Há muito que fazer pelo eco sistema. Todavia minha principal preocupação é a falta de cuidado do ser humano para com a coroa da criação de Deus: o homem e a mulher. É certo que as nossas matas estão definhando nas mãos humanas, os animais estão clamando por socorro, e o planeta terra está se apagando no cosmo. Mas na verdade o homem está se matando aos poucos. Destruindo sua única fonte de oxigênio, apagando a camada de ozônio, transformando toda uma cadeia de acontecimentos naturais e benéficos, em tragédias, tornados, terremotos, maremotos, frio demasiado, calor excessivo, transformando um mundo de vida em um mundo de morte.
Pois bem! O que podemos fazer por uma ecologia urbana fundamentada na solidariedade? Em primeiro lugar precisamos ter em mente que “pensar em ecologia urbana orientada pela solidariedade é, principalmente, pensar nas múltiplas relações que acontecem no contexto das cidades” (C.P.Castro). O homem vive em sociedade, e seu envolvimento nela deve delinear suas atividades relacionais solidárias a tudo e todos aqueles que estão à sua volta. Não há como viver socialmente, e ao mesmo tempo ignorar as necessidades, lutas, dificuldades e problemas que vivem os outros seres humanos dentro da mesma razão social. Para desenvolvermos uma ecologia urbana fundamentada na solidariedade “é preciso sentir o cheiro das pessoas, conhecê-las na sua realidade”(C.P.Castro), sentir como elas se sentem, encarnar-se na vida, nos problemas e nas alegrias dos que estão à nossa volta. É preciso amar as pessoas e a natureza, motivados Por uma ecologia fundamentada na solidariedade, segundo o coração de Deus
Rev. Pevidor
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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
A Ecologia e a Solidariedade
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