sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

PG - O RETRATO DA NOVA JERUSALÉM


Como podemos transformar nossa cristandade num contexto de ecosociocidade? Certamente os desafios são enormes, grandes mesmo. Contudo, não os vejo maiores do que os problemas que nossa cidade, e as pessoas que nela estão enfrentam. Também não vejo os desafios maiores do que nossas possibilidades e, se Deus no-las deu, certamente Ele é maior do que esses desafios que enfrentamos, pois Ele nunca nos daria um problema que ultrapassasse a capacidade que Ele mesmo nos providenciaria.
O maior desafio que as igrejas enfrentam hoje é a atitude de mudar seus conceitos engessados, anoso e obsoleto. Isto embaraça seu envolvimento real, significativo e participativo na cidade, e lhe impede de avistar nas Escrituras a importância, para Deus, da cidade e das pessoas que nela está, bem como seu próprio objetivo e sua razão de existir como igreja dentro de uma cidade. As igrejas engessadas sofrem e fazem a cidade sofrer, pois “a burocracia diocesana corre o risco de não Ter eficácia nenhuma fora dos muros da cúria diocesana ou do centro pastoral. Produz muito papel, mas poucos resultados possíveis” (José Comblin).
Quando olhamos para a realidade de uma nova era na história da humanidade vemos que “uma proposta de missão urbana na virada do milênio encontrará seu impacto evangelizador, à medida que buscar na palavra do Senhor a espiritualidade capaz de permitir um surgimento de comunidades que saibam conjugar esses dois eixos: evangelização e serviço”(Hoffmann). Hoje falta tanto à sociedade quanto à igreja conhecer o “trinômio republicano: Liberté, Égalité, Fraternité.”(Clóvis P. Castro)
Desde a idade média, o mundo passou a ser visto como o mal entre a humanidade, e se criou, pela igreja cristã, os guetos espirituais, onde o ‘mundo’ não se misturava com a igreja, e ela, por ser mais santa, se isolava do mundo. Surgiram então os mosteiros, conventos e retiros espirituais. Daí em diante a igreja se absteve de cumprir seu fundamental papel no mundo: salgar e iluminar; e ela passou então a exercer um papel que Deus não lhe conferiu, o papel de julgar.
A igreja do terceiro milênio precisa urgentemente ignorar seu passado de exclusão, pois “o Espírito Santo nos ajuda a vivermos uma espiritualidade concreta, encarnada, situada, contextualizada, isto é, integrada à vida da cidade, seja ela qual for”(Castro). Nossa cidade não precisa mais de ‘pregadores’ de Jesus Cristo. Ela conhece a pessoa de Jesus e toda Sua história. Nossa cidade precisa hoje é de ver a pessoa de Jesus encarnada na vida dos cristãos. Todavia, ela só verá isso quando a igreja sair dos seus conceitos, e passar viver nos preconceitos da cidade.
Os desafios para uma pastoral urbana em nossa cidade e no planeta serão muitos simples de realizar, mas só conseguiremos isso quando a igreja olhar para a cidade com os olhos de Deus, agir na nela com mãos como as de Cristo, e a influenciar com as ações como as do Espírito Santo. Assim, seremos neste mundo, o que desejamos ser na cidade chamada Nova Jerusalém.
Esse mundo espera nossa diferença. Eles pouco se preocupam com a Jerusalém do futuro, pois pouco têm expectativa da própria vida no presente. Seja uma igreja atuante. Sinta a fome dessas pessoas, sinta sua pobreza, sinta sua dor, sinta-se dentro de seus guetos. Agindo assim, você será uma igreja que age, que une a
or + ação = oração. Só falta sua ação!
Rev Pevidor


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