segunda-feira, 21 de abril de 2008

APOCALIPSE: A NOVA JERUSALÉM - Capítulos 20 a 22,5


Neste estudo intitulamos Vida da Igreja com seu Senhor na Nova Jerusalém, abordaremos o capítulo 21:1 até 22:5. Vimos anteriormente a derrota do diabo e o juízo final (capítulo 20). Agora veremos o povo de Deus em Sua presença na eternidade gozando da recompensa da fidelidade à Ele.

VIDA DA IGREJA COM SEU SENHOR NA NOVA JERUSALÉM - cp. 21:1-22:5
Este texto pode ser dividido em duas partes, onde cada uma delas começa fazendo referência à “cidade Santa, a nova Jerusalém, que desce do céu” (vs. 2 e 10) e à “noiva” (vs. 2 e 9):
· Visão Geral sobre a Nova Era inaugurada por Cristo - 21:1-8.
· Descrição da Nova Jerusalém - 21:9-22:5.

1. Visão Geral sobre a Nova Era inaugurada por Cristo - 21:1-8

Esta Nova Era é apresenta em três aspectos.

a. O que estará ou não estará presente - vs.1-4. O que estará presente é apresentado por João através da palavra “vi” (v.1a e 2). O que deixará de existir é indicado pela frase: “já não existe” (v.1b e 4).
· Haverá um novo céu e nova terra - v. 1. Céu e terra é uma expressão que indica a totalidade da criação formando agora um novo meio-ambiente em que haverá harmonia (ver essa idéia em Is 11,6-10). Como o ser humano, a natureza será resgatada do poder do pecado (Rm 8,20-22). A colocação de João quer nos mostrar que não habitaremos num lugar “desconhecido”, mas nesta mesma terra que Deus criou para o nosso regozijo. Todas as coisas belas da criação, que hoje são afetadas pelo pecado, estarão redimidas e com toda a sua beleza e esplendor e desfrutaremos delas como Adão e Eva no princípio.
· Não haverá mais o mar - v.1. Sinônimo do caos e de oposição a Deus, as águas no Apocalipse representam os povos que estão sob o domínio de Roma (17,15). Por isso a besta (império romano) é vista emergindo do mar, indicando com isso que ela é colocada em evidência como a líder dos povos (cp. 13,1). Diante disso, devemos ver a não existência do mar, não como a negação de sua realidade física. O texto não quer dizer que os mares que existem na terra deixarão de existir na Nova Criação, pois eles, como o resto da obra de Deus, serão redimidos e existirão para o gozo e benefício dos salvos em Cristo. Mas o que se pretende aqui é usar o “símbolo” do mar para indicar que aquilo para o que ele aponta, a oposição a Deus, não estará presente nesta nova realidade de harmonia total. Portanto, não são os “mares” que não existirão, mas sim aquilo que eles simbolizam, o poder do império romano que perseguiu a igreja. Esse sim não existirá.
· Haverá a nova Jerusalém que desce do céu - v.2-3. Ela está vestida como “noiva”. Esta indicação é importante, pois em 19,7-8 é a “Igreja”que se apresenta como noiva, e em 22,17 é ela, a Igreja, que diz: “Vem”, para seu noivo, Jesus Cristo. Podemos inferir, portanto, que a Nova Jerusalém, vista como “noiva” é uma figura que refere-se à Igreja, a noiva do Cordeiro. Este modo de interpretar também está de acordo com o v.3 onde fala-se novamente da Nova Jerusalém, agora como o “Tabernáculo” de Deus com os homens. Nesse versículo não se diz que Deus habitará “na Nova Jerusalém” com os homens, mas apenas que “Deus habitará com eles”. Portanto, a Nova Jerusalém é a própria Igreja, o Povo de Deus com o qual Ele habitará.
· Não haverá mais sofrimento - v.4. As lágrimas e o pranto, bem como a morte e o luto decorrente dela, que foram trazidos aos cristãos pela perseguição, e que, no decorrer dos tempos têm vindo sobre aqueles que são fiéis a Jesus Cristo, “não existirão”. Eles fazem parte das “primeiras coisas” que já passaram. Representam o mundo sob o pecado e suas conseqüências que foi vencido e não se manifesta mais.

b. O responsável pelo surgimento da Nova Criação - v.5-6. Depois de descrever como será esse novo mundo onde os salvos em Cristo habitarão, João apresenta o responsável por tudo isso. É o que “está assentado no trono”. No Apocalipse, é sempre Deus que está assentado ali (ver, por exemplo, 4,2-3). Ele é o “alfa e o ômega”, o “princípio e o fim”. Isso quer dizer que tudo o que aconteceu, tem acontecido e acontecerá, desde o começo até o fim, está sob as mãos poderosas de Deus. Na realidade, tudo o que é descrito no Apocalipse, mesmo quando traz sofrimento e as vezes falta de compreensão aos cristãos, faz parte do “livro que está nas mãos de Jesus Cristo” (5,7), e que foi aberto por Ele em sua exaltação. O seu conteúdo revela o domínio de Deus sobre a história. É por isso que o final do livro apresenta a vitória final da Igreja. Ela é cuidada e dirigida por Deus até o final.

c. Quem participa e quem não participa na Nova Era - 7-8.
Os que gozarão da comunhão eterna com Deus são descritos como “vencedores” (ver 2,7.11.17.26; 3,5.12.21). Eles são os que não assimilaram os valores de Roma e, quando necessário, pagaram o preço da fidelidade com a própria vida. Os que não participam são descritos no v.8. É uma descrição genérica, que inclui todos os homens que tiveram esse tipo de comportamento. Porém é importante observar que alguns “cristãos” podem estar presentes nessa lista. É significativo que ela comece com os “covardes”. Poderia ser uma referência aos cristãos que não tiveram coragem de assumir sua fé até os últimos limites. Os “incrédulos” podem também indicar não apenas os que não crêem em Deus, mas também aqueles que não creram nas palavras de João, o escritor do livro, achando-o muito radical em sua postura. Portanto, essa advertência é para todos os homens, mas também para os cristãos “nominais”.

2. Descrição da Nova Jerusalém - 21,9-22,5

Estes versículos desenvolvem o tema da Nova Jerusalém apresentado em 21,2-3. A descrição começa no v. 12. Devemos lembrar que já consideramos a Nova Jerusalém como uma figura para a Igreja. Tal posição pode parecer estranha ou pouco comum, mas creio que ela se enquadra no estilo literário de João. Ele usa comumente figuras e imagens simbólicas. A “Babilônia” simboliza Roma (17,9a) que por sua vez simboliza o centro do poder imperial. O “Dragão” simboliza Satanás (12,9), os “sete espíritos” (1,4) representam o Espírito Santo, “mil anos” simbolizam o período entre a encarnação, morte e ressurreição de Jesus Cristo e um tempo imediatamente anterior à sua segunda vida, e assim por diante. Se a simbologia é tão comum no livro, por que justamente agora deveríamos tomar a descrição da Nova Jerusalém como algo literal e concreto? Portanto, creio que nossa interpretação está coerente com o resto do livro. Sendo assim, devemos tomar por certo que, onde o escritor fala da cidade, ele está usando uma linguagem simbólica para falar do povo de Deus, da Igreja, de nós mesmos.

a. É protegida - v.12. Essa proteção é indicada pela referência à “muralha alta” (Ver Is 26,1). Na antigüidade era inconcebível uma cidade que não estivesse protegida contra seus inimigos através de uma muralha inexpugnável. Essa idéia é usada aqui para dar certeza aos que estarão na presença do Pai de que nenhum mal os ameaçará. O tempo das ameaças e perigos já terminou.

b. Tem nos apóstolos seu fundamento - v.14. Esta afirmação era básica para todos os outros escritos do Novo Testamento. A Igreja foi constituída sobre o ensino, o fundamento dos apóstolos (ver Ef 2,20). Assim, só participa do povo de Deus aqueles que seguiram os ensinos dos apóstolos, que por sua vez eram os ensinos de Jesus Cristo. Os que seguiram ensinamentos estranhos (2,14-15. 20-23) correm o risco de ficarem destituídos da vida na Nova Era.

c. Tem a presença intensa de Deus - v.16. A cidade é um “cubo”. Tem comprimento, largura e altura iguais. Isso lembra 1Rs 6,20 que fala do “santo dos santos” como um cubo. A idéia desse texto vétero-testamentário estaria presente no texto de João. Se antes Deus se manifestava somente no Santo dos Santos e apenas para o sumo-sacerdote, agora, na Nova Jerusalém, Ele se manifesta em toda a cidade (ver 21,3), isto é, a todas as pessoas de modo glorioso.

d. É preciosa - v. 18-21. Lembremos novamente que a idéia da cidade aponta para a realidade do “povo de Deus”. Portanto, todas as pedras preciosas alistadas ali, bem como “a cidade de ouro puro” (v. 18) não são realidades concretas, mas símbolos para falar da Igreja. Talvez alguns de nós fiquemos tristes ao saber que “não andaremos em ruas de ouro” na Nova Jerusalém, mas eu pergunto: o que é mais importante, andar em ruas de ouro (que não têm valor monetário nenhum na nova vida), ou ser, você mesmo, comparado com o ouro, e com pedras preciosas? Para Deus seu povo é tão precioso como o ouro ou as pedras mais belas e preciosas que existem. Será que pensamos assim de nós mesmos e dos outros irmãos?

e. Deus será pleno nela -v. 22-23. Na Nova Era não existirá Templo (v. 22), lugar de culto e adoração a Deus, pois Ele será cultuado em todo lugar. Não haverá sol nem lua (v.23; 22,5) - Deus será a luz que guiará os seus em todo o tempo (ver Sl 27,1a).

f. Tem vida abundante - 22,1-2. Essa idéia é evidenciada pela repetição da palavra “vida”. Existirá a “água da vida” (ver Jo 7,38-39), e a “árvore da vida” (ver Gn 2,9). Se essas imagens serão literais ou não, não se sabe. O importante é o sentido delas. Mostram que a vida não será inerente ao homem, mas será dada por Deus. Temos novamente a idéia da Nova Criação como em 21,1a e agora de modo mais claro seguindo os moldes do paraíso (v. 2. Compare com Gn 2,9). Isso reforça o que dissemos lá. Não moraremos num lugar estranho, cercado de nuvens e sem fazer nada o tempo todo. Com a imagem da Nova Criação apresentada como o retorno do paraíso, nos é dito que voltaremos à vida como Adão e Eva tinham antes do pecado. Pense nisso. Poderemos gozar de toda a criação de Deus, passeando pelas matas, vales e montanhas, tomando banho de mar e tendo Deus a todo instante e em todo o lugar em nossa companhia. Pensar na eternidade assim significa encher o “céu” de vida. Devemos ter vontade de estar com Deus na eternidade, porque lá haverá uma continuidade de nossa vida, em nosso mundo, agora totalmente redimidos, para o nosso prazer.

CONCLUSÃO

Depois de tanta luta e sofrimento descritos no Apocalipse, João traz-nos uma imagem da Nova Era, o Novo Mundo que, por sua beleza, torna-se difícil de descrever. Os santos fiéis a Cristo que já morreram fizeram por merecê-la. Não que tenham sido salvos por suas “obras”, mas por que elas evidenciam sua fidelidade e amor a Jesus. Ao invés de morarem na Nova Jerusalém eles mesmos, e nós também, “seremos a cidade santa de Deus”. E o Novo Mundo não será novo no sentido de algo estranho, ou desconhecido, mas será este mesmo velho e maravilhoso mundo onde moramos, mas renovado e redimido, como nós, onde habitaremos em perfeita harmonia e comunhão para sempre. Aleluia!

3 comentários:

  1. Paz do SENHOR jesus !Eu venho estudano sobre a nova jerusalem!Ainda não tenho certeza se ela é literal ou simbólica,por que no livro de apocalpse, nem tudo é literal e nem tudo é simbólico!Tem que ter muito dicernimento para entender qual é qual, apesar que,muitas das partes fica bem evidentes!As medidas dela nos revela muitas coisas!Por exemplo:
    Em ex28:15 em diante,Deus manda fazer um (peitoral de juizo)para arão (o sumo sacerdote).
    Vou resumir e deixar os detalhes mais impoetantes:Deus pede que seje "QUADRADO" igual a nova jerusalem que é a noiva do cordeiro (a mulher de CRISTO EF5:22-32)E Deus pede 4 ordens de 12 pedras"QUE SÃO QUASE TODAS AS MESMAS DA CIDADE" E Deus pede que escreva em cada pedra os nomes dos filhos de Israel!Agora eu pergunto,Se a lei faz sombra dos bens vindouros,oque a nova jerusalem (a esposa a igreja)estava fazendo no peito de arão???
    Arão tinha que entrar nos SANTOS DOS SANTOS uma vez por ano e "NÃO SEM SANGUE"
    Quando arão entrava nos SANTOS DOS SANTOS com a igreja no peito,ja fazia sombra que a igreja teria acesso aos SANTOS DOS SANTOS pelo sangue do cordeiro!Arão oferecia sacríficios primeiro pelo seus próprios pecados,depois pelos do povo!Mas JESUS como Sumo sacerdote eternamente,não entrou em templos feitos por mãos de homens,mas,penetrou nos Céus e ofereceu a si mesmo como sacréficio e derramou seu própio sangue para expiação dos pecados,e agora vive para interceder por nós ao lado do Pai!Toda vez que um Sumo sacerdote entrava nos SANTOS DOS SANTOS com o peitoral de juizo que é a medida da nova Jerusalem(os aperfeiçoados em JESUS),simbolizava a igreja de Jesus tendo acesso a presença de Deus pelo sangue derramado de Jesus!Agora no meu entendimento eu digo,(ISSO DIGO NO MEU ENTENDIMENTO)a cidade tem 12 mil eságios=figura dos 12 apostolos(a igreja começou com 12 apostólos!(menos judas escariotes)
    o muro tem 144 covados(não diz se é comprimento ou largura!por que se a cidade tem 2,200 kls literais,o muro seria bem maior que a cidade não é verdade?
    O muro tem 144 covados e 12 portas ,e nas portas 12 anjos e em cada porta os nomes das 12 tribos de israel!Nos muros aparecem juntos em um mesmo fundamento,os 12 apostolos onde se começa a igreja,e as portas que são os nomes das 12 tribos!Tudo nos mostra que A igreja está ligada com as 12 tribos de Israel e os 144 mil selados de cada tribo!os 144 mil de cada tribo são as primícias de CRISTO!não são gentios!E andaram com o cordeiro para onde quer que ele for!Assim tambem a igreja de CRISTO estará para sempre com CRISTO para onde ele for!È preciso das medidas para se interpretar!Durante mil anos,Cristo e a igreja reinarão sobre a terra!Depois desses mil anos que o propósito de Deus estiver comprido,me refiro a satanas sendo solto por um tempo,depois disso,só então depois disso que a NOVA JERUSALEM DESCE DO CÉU ,SENDO A IGREJA EM ESTADO PERFEITO! E então virá a etenidade com Deus!A paz de Jesus e oubrigado pelo espaço!

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    1. A CIDADE E LITERAL MEU IRMAO,POIS ABRAAO ESPERAVA A CIDADE QUE TEM FUNDAMENTOS DA QUAL DEUS E O ARQUITETO E CONSTRUTOR;HEBREUS11:10;VEJA SO ESTA CIDADE CELESTIAL E LITERAL,PORQUE MOISES RECEBEU NO MONTE UMA MARQUETE-UMA PLANTA ARQUITETONICA QUE SEGUIA TODO O MODELO E INSTUÇOES RELATIVO A ESTA CIDADE.E DE ACORDO COM ESTA MARQUETE-MODELO,E QUE SE DEVIA CONSTRUIR TANTO O TABERNACULO,BEM COMO OS SEUS MOVEIS;EXODO25:8,9;.......

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  2. ALEIDA MARIA CAVALCANTE LIMA9 de agosto de 2012 às 22:39

    PERFEITA A EXPLICAÇÃO DO PASTOR ALEXANDRE,GRAÇAS A DEUS POR HOMENS DE DEUS QUE ESCLARECEM A IGREJA SEM DEIXA-LA IGNORANTE.

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