Estes capítulos têm a seguinte estrutura:
1. DESCRIÇÃO DE ROMA, A GRANDE MERETRIZ - cp. 17
O objetivo dessa descrição é mostrar com detalhes o por quê tal cidade é destruída. Um anjo traz tal revelação para João (17,1).
Primeiramente vem uma visão de Roma, a meretriz (vs. 3-6). Através das indicações do texto torna-se claro concluir que essa mulher é a cidade de Roma (vs.9a e v.18). Suas vestes e adornos enfatizam sua “realeza e riqueza” (v.4). Ela está “assentada sobre a besta” (v.3), que é o império romano (ver cp. 13), mostrando assim que governa-o e é o seu centro. Ela é descrita como a “mãe das meretrizes e das abominações da terra” (v.5), sendo, portanto, o centro de todo o mal que havia no mundo de então. Sua última e principal característica é “estar embriagada com o sangue dos santos” (v.6. Ver 13,7.15).
Em seguida é apresentada a interpretação da visão (v. 7-18). Primeiramente a “besta” é identificada. Ela “era e não é, está para emergir do abismo” (v.8). Para os cristãos, ele representava o poder demoníaco do império romano. O v.9a nos diz que o império (a besta), se identifica com a cidade de Roma, visto que as sete cabeças da besta são “sete montes” (referência à cidade de Roma). Mas as sete cabeças são também “sete reis” (v.9b). O v. 10 tenta apresentar mais detalhes sobre esses reis. “Cinco caíram, um existe, e o outro ainda não chegou”. O que isso significa? Para João e suas igrejas, não era importante saber quem foi o primeiro ou o quinto rei, mas sim definir, através do “número” desses reis, a figura do império. É provável que o número sete seja “simbólico”. O objetivo seria, então, dizer que através dos sete imperadores, o império estaria representando em sua totalidade a besta. Portanto, se com Domiciano as coisas estavam “começando” a tornar-se difíceis, João nos diz que virá um outro que trará tempos mais duros à igreja. Essa perspectiva contribui para pensarmos que a perseguição ainda estava por vir.
Continuando a descrição da besta, ela tem “dez chifres” que são dez reis (v.12) aliados a ela e que têm poder por um período curto de tempo (“uma hora”). São submissos à besta (v.13). Formam uma frente para combater o Cordeiro, que os vence (v.14. Essa batalha é apresentada em 19,11-21).
2. A QUEDA DE ROMA E SUAS CONSEQÜÊNCIAS - cp. 18
Assim como o primeiro anjo introduziu a visão de Roma (17,1-3), um outro faz o anúncio de sua queda (18,1-3). Embora essa destruição se apresente como já tendo acontecido (“caiu, caiu” - v.2), ela, na realidade, será efetuada no futuro. Tal modo de falar é para enfatizar que sua ruína “já está determinada”.
Diante da condenação de Roma, os cristãos são chamados a “abandoná-la” (vs. 4 e 5). Essa ordem, para vários membros das igrejas da Ásia Menor, era difícil de ser cumprida. Eles viviam sem problemas diante do império, usufruindo das riquezas da prostituta (17,4). Mas para João, ou eles se afastam dessa cidade pecaminosa, ou se tornam “cúmplices de seus pecados” (18,4).
A queda de Roma não é um fato isolado na história. Ela tem conseqüências. E elas se manifestam para aqueles que se relacionavam com a capital do império. Primeiramente os reis da terra se lamentam com a destruição da cidade (vs.3 e 9). Eles participavam de seu poder e agora sentem a perda dele. Em segundo lugar, temos os mercadores da terra (vs. 3. 11-16) que se enriqueceram através do comércio com ela. Terão que buscar lucro em outro lugar. E, em terceiro lugar, vem os mercadores do mar, a marinha mercante (vs. 17-19) que também se enriqueceu por transportar as mercadorias de e para Roma no oceano Mediterrâneo. Todas essas pessoas sofreram com a destruição de sua parceira. Deixaram de auferir lucros com a ausência dela. Pode ser que entre elas se encontrassem cristãos. Isso mostra como é perigoso viver uma religiosidade superficial, que esconde uma vida essencialmente profana, e que se vende ao sistema de influências, ao lucro com negócios escusos. Hoje não será assim também?
Em 19,21-24 novamente aparece uma declaração da condenação de Roma, agora introduzindo os motivos pelos quais Deus agiu assim. Primeiramente, devido a sedução de sua feitiçaria (v. 23b) sobre as nações da terra. Essa feitiçaria não é necessariamente religiosa, mas sim uma sedução exercida por Roma e seu poder, sua glória e riqueza sobre o mundo. Ela é culpada porque usou desses atributos para levar os homens à corrupção, à sensualidade e à opressão. O segundo motivo pelo qual é punida é porque nela se achou sangue de profetas e santos (v. 24). Deus não se esquece daqueles que perseguem Seu povo. Estes dois motivos fornecem o critério para avaliarmos a ação de Deus diante de qualquer nação em qualquer época da história. (reforma protestante)
3. LOUVOR NO CÉU PELA DESTRUIÇÃO DE ROMA - 19,1-10
Há louvor no céu porque Roma foi julgada (19,1-2). São os santos, apóstolos e profetas que estão exaltando a Deus (18,20), pois Ele exerceu justiça sobre aquela que tinha sangue dos seus servos em suas mãos (v. 2b). Os seres celestiais também O louvam (v.4), e, por fim, uma voz do trono exorta todos os servos de Deus a Louvá-lO (v.5).
Em seguida o louvor continua, agora em função do aparecimento da “esposa” do Cordeiro (v. 7). Esta imagem da igreja fala de seu encontro final com o noivo, Jesus Cristo, em sua segunda vinda (21,2). Tal figura é usada em outras partes do Novo Testamento (Mt 25,1-13; Mc 2,19-20; 2Co 11,2; Ef 5,25-27). Há um contraste evidente aqui entre a noiva e a prostituta. Aqueles que não se deixaram levar pela sedução de Roma, a prostituta, mas mantiveram-se fiéis a Jesus, constituem a igreja pura, sem mácula, noiva de Seu Senhor. Esses serão recebidos com amor pelo noivo e viverão com Ele. São bem-aventurados (v.9). Aqueles que têm se deixado levar pela prostituta estarão com ela no inferno para sempre.
4. O APRISIONAMENTO DA BESTA E DO FALSO PROFETA - 19,11-21.
Dentro da cena que fala da segunda vinda do Senhor Jesus que começou em 19,6, temos sua continuação com o aprisionamento da besta e do falso profeta, que são, respectivamente, o império romano e a máquina estatal de promoção da adoração do imperador descritos no capítulo 13. O cavaleiro (v. 11) é Jesus Cristo. Podemos constatar isso a partir de sua descrição. “Olhos como chama de fogo” (v.12) já apareceu em 1,14 referindo-se a Ele. Sai de sua boca uma “espada afiada” (v. 15. Comparar com 1,16). Seu nome é “Verbo de Deus” (v. 13), linguagem joanina para falar de Jesus (Jo 1) e “Rei dos Reis e Senhor dos Senhores” (v. 16). Seu exército é formado por seus servos, os cristãos que vestem “vestiduras de linho finíssimo branco e puro” (v. 14. Comparar com o v. 8).
A besta com os reis da terra se reúnem para lutarem com Jesus (v. 19). Esta cena foi antecipada em 16,14-16. Embora essa batalha não seja descrita, seu resultado é apresentado. A besta com o falso profeta (que é a segunda besta do cp. 13. Ela opera “sinais” - 19,20. Comparar com 13,13) são aprisionados e lançados no “lago do fogo que arde com enxofre” (v. 20b), lugar de sofrimento eterno (20,10b), chamado de “segunda morte” (20,14), para onde irão os que não estão inscritos no livro da vida (20,15). Mais dois inimigos do Senhor Jesus são destruídos! Essa será a punição final do império romano e de todo império ou nação que se levante contra Deus.
Temos aqui uma descrição da segunda vinda de Jesus em termos de uma “batalha”. Essa mesma segunda vinda já foi vista como uma “ceifa” (14,14-20). O Apocalipse usa várias imagens para descrever o mesmo fato.
CONCLUSÃO
Nestes três capítulos vimos a punição de três inimigos do Senhor Jesus e de sua Igreja: a prostituta (Roma), a besta (império romano), e o falso profeta (máquina estatal de promoção da adoração do imperador). Os seguidores da besta já haviam sido punidos no capítulo 16. Essa imagens são importantes para, primeiramente, fortalecer aqueles que sofrem e são perseguidos, a fim de permanecerem fiéis a seu Senhor. Em segundo lugar, elas nos lembram que um dia aqueles que nos têm trazido “lágrimas aos olhos e a morte” (21,4) serão punidos pelo Senhor Jesus na manifestação de sua justiça. Mas há um último inimigo a ser vencido - o dragão, Satanás. Isso acontecerá no capítulo 20.
1. DESCRIÇÃO DE ROMA, A GRANDE MERETRIZ - cp. 17
O objetivo dessa descrição é mostrar com detalhes o por quê tal cidade é destruída. Um anjo traz tal revelação para João (17,1).
Primeiramente vem uma visão de Roma, a meretriz (vs. 3-6). Através das indicações do texto torna-se claro concluir que essa mulher é a cidade de Roma (vs.9a e v.18). Suas vestes e adornos enfatizam sua “realeza e riqueza” (v.4). Ela está “assentada sobre a besta” (v.3), que é o império romano (ver cp. 13), mostrando assim que governa-o e é o seu centro. Ela é descrita como a “mãe das meretrizes e das abominações da terra” (v.5), sendo, portanto, o centro de todo o mal que havia no mundo de então. Sua última e principal característica é “estar embriagada com o sangue dos santos” (v.6. Ver 13,7.15).
Em seguida é apresentada a interpretação da visão (v. 7-18). Primeiramente a “besta” é identificada. Ela “era e não é, está para emergir do abismo” (v.8). Para os cristãos, ele representava o poder demoníaco do império romano. O v.9a nos diz que o império (a besta), se identifica com a cidade de Roma, visto que as sete cabeças da besta são “sete montes” (referência à cidade de Roma). Mas as sete cabeças são também “sete reis” (v.9b). O v. 10 tenta apresentar mais detalhes sobre esses reis. “Cinco caíram, um existe, e o outro ainda não chegou”. O que isso significa? Para João e suas igrejas, não era importante saber quem foi o primeiro ou o quinto rei, mas sim definir, através do “número” desses reis, a figura do império. É provável que o número sete seja “simbólico”. O objetivo seria, então, dizer que através dos sete imperadores, o império estaria representando em sua totalidade a besta. Portanto, se com Domiciano as coisas estavam “começando” a tornar-se difíceis, João nos diz que virá um outro que trará tempos mais duros à igreja. Essa perspectiva contribui para pensarmos que a perseguição ainda estava por vir.
Continuando a descrição da besta, ela tem “dez chifres” que são dez reis (v.12) aliados a ela e que têm poder por um período curto de tempo (“uma hora”). São submissos à besta (v.13). Formam uma frente para combater o Cordeiro, que os vence (v.14. Essa batalha é apresentada em 19,11-21).
2. A QUEDA DE ROMA E SUAS CONSEQÜÊNCIAS - cp. 18
Assim como o primeiro anjo introduziu a visão de Roma (17,1-3), um outro faz o anúncio de sua queda (18,1-3). Embora essa destruição se apresente como já tendo acontecido (“caiu, caiu” - v.2), ela, na realidade, será efetuada no futuro. Tal modo de falar é para enfatizar que sua ruína “já está determinada”.
Diante da condenação de Roma, os cristãos são chamados a “abandoná-la” (vs. 4 e 5). Essa ordem, para vários membros das igrejas da Ásia Menor, era difícil de ser cumprida. Eles viviam sem problemas diante do império, usufruindo das riquezas da prostituta (17,4). Mas para João, ou eles se afastam dessa cidade pecaminosa, ou se tornam “cúmplices de seus pecados” (18,4).
A queda de Roma não é um fato isolado na história. Ela tem conseqüências. E elas se manifestam para aqueles que se relacionavam com a capital do império. Primeiramente os reis da terra se lamentam com a destruição da cidade (vs.3 e 9). Eles participavam de seu poder e agora sentem a perda dele. Em segundo lugar, temos os mercadores da terra (vs. 3. 11-16) que se enriqueceram através do comércio com ela. Terão que buscar lucro em outro lugar. E, em terceiro lugar, vem os mercadores do mar, a marinha mercante (vs. 17-19) que também se enriqueceu por transportar as mercadorias de e para Roma no oceano Mediterrâneo. Todas essas pessoas sofreram com a destruição de sua parceira. Deixaram de auferir lucros com a ausência dela. Pode ser que entre elas se encontrassem cristãos. Isso mostra como é perigoso viver uma religiosidade superficial, que esconde uma vida essencialmente profana, e que se vende ao sistema de influências, ao lucro com negócios escusos. Hoje não será assim também?
Em 19,21-24 novamente aparece uma declaração da condenação de Roma, agora introduzindo os motivos pelos quais Deus agiu assim. Primeiramente, devido a sedução de sua feitiçaria (v. 23b) sobre as nações da terra. Essa feitiçaria não é necessariamente religiosa, mas sim uma sedução exercida por Roma e seu poder, sua glória e riqueza sobre o mundo. Ela é culpada porque usou desses atributos para levar os homens à corrupção, à sensualidade e à opressão. O segundo motivo pelo qual é punida é porque nela se achou sangue de profetas e santos (v. 24). Deus não se esquece daqueles que perseguem Seu povo. Estes dois motivos fornecem o critério para avaliarmos a ação de Deus diante de qualquer nação em qualquer época da história. (reforma protestante)
3. LOUVOR NO CÉU PELA DESTRUIÇÃO DE ROMA - 19,1-10
Há louvor no céu porque Roma foi julgada (19,1-2). São os santos, apóstolos e profetas que estão exaltando a Deus (18,20), pois Ele exerceu justiça sobre aquela que tinha sangue dos seus servos em suas mãos (v. 2b). Os seres celestiais também O louvam (v.4), e, por fim, uma voz do trono exorta todos os servos de Deus a Louvá-lO (v.5).
Em seguida o louvor continua, agora em função do aparecimento da “esposa” do Cordeiro (v. 7). Esta imagem da igreja fala de seu encontro final com o noivo, Jesus Cristo, em sua segunda vinda (21,2). Tal figura é usada em outras partes do Novo Testamento (Mt 25,1-13; Mc 2,19-20; 2Co 11,2; Ef 5,25-27). Há um contraste evidente aqui entre a noiva e a prostituta. Aqueles que não se deixaram levar pela sedução de Roma, a prostituta, mas mantiveram-se fiéis a Jesus, constituem a igreja pura, sem mácula, noiva de Seu Senhor. Esses serão recebidos com amor pelo noivo e viverão com Ele. São bem-aventurados (v.9). Aqueles que têm se deixado levar pela prostituta estarão com ela no inferno para sempre.
4. O APRISIONAMENTO DA BESTA E DO FALSO PROFETA - 19,11-21.
Dentro da cena que fala da segunda vinda do Senhor Jesus que começou em 19,6, temos sua continuação com o aprisionamento da besta e do falso profeta, que são, respectivamente, o império romano e a máquina estatal de promoção da adoração do imperador descritos no capítulo 13. O cavaleiro (v. 11) é Jesus Cristo. Podemos constatar isso a partir de sua descrição. “Olhos como chama de fogo” (v.12) já apareceu em 1,14 referindo-se a Ele. Sai de sua boca uma “espada afiada” (v. 15. Comparar com 1,16). Seu nome é “Verbo de Deus” (v. 13), linguagem joanina para falar de Jesus (Jo 1) e “Rei dos Reis e Senhor dos Senhores” (v. 16). Seu exército é formado por seus servos, os cristãos que vestem “vestiduras de linho finíssimo branco e puro” (v. 14. Comparar com o v. 8).
A besta com os reis da terra se reúnem para lutarem com Jesus (v. 19). Esta cena foi antecipada em 16,14-16. Embora essa batalha não seja descrita, seu resultado é apresentado. A besta com o falso profeta (que é a segunda besta do cp. 13. Ela opera “sinais” - 19,20. Comparar com 13,13) são aprisionados e lançados no “lago do fogo que arde com enxofre” (v. 20b), lugar de sofrimento eterno (20,10b), chamado de “segunda morte” (20,14), para onde irão os que não estão inscritos no livro da vida (20,15). Mais dois inimigos do Senhor Jesus são destruídos! Essa será a punição final do império romano e de todo império ou nação que se levante contra Deus.
Temos aqui uma descrição da segunda vinda de Jesus em termos de uma “batalha”. Essa mesma segunda vinda já foi vista como uma “ceifa” (14,14-20). O Apocalipse usa várias imagens para descrever o mesmo fato.
CONCLUSÃO
Nestes três capítulos vimos a punição de três inimigos do Senhor Jesus e de sua Igreja: a prostituta (Roma), a besta (império romano), e o falso profeta (máquina estatal de promoção da adoração do imperador). Os seguidores da besta já haviam sido punidos no capítulo 16. Essa imagens são importantes para, primeiramente, fortalecer aqueles que sofrem e são perseguidos, a fim de permanecerem fiéis a seu Senhor. Em segundo lugar, elas nos lembram que um dia aqueles que nos têm trazido “lágrimas aos olhos e a morte” (21,4) serão punidos pelo Senhor Jesus na manifestação de sua justiça. Mas há um último inimigo a ser vencido - o dragão, Satanás. Isso acontecerá no capítulo 20.
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