sexta-feira, 18 de abril de 2008

APOCALIPSE: AS SETE TAÇAS - Caps 15 e 16


Após termos visto nos capítulos 12 a 14 a identidade do perseguidor dos cristãos: o império romano, e o poder por trás dele: Satanás, veremos hoje o derramar da “cólera de Deus” sobre o mundo (15,1; 16,1) e especificamente sobre a besta, os que têm a sua marca, e a Babilônia.

Novamente, neste ciclo, vemos repetir-se o período que cobre toda a história humana. Devemos repetir que estes capítulos não estão em “seqüência cronológica” com os anteriores. Evidência disso é a afirmação em 14,8 de que Babilônia (Roma) “caiu”. Porém em 16,19 fala-se novamente de sua destruição e no capítulo 17 ela é descrita de modo detalhado antes de perecer.

Os três capítulos estudados hoje estruturam-se assim: Capítulo 15. Cena de abertura no céu. Capítulo 16. As sete taças da ira de Deus.

1. CENA DE ABERTURA NO CÉU - cp. 15.

João vê sete anjos com sete flagelos pois com eles se “consumou (consumará) a ira de Deus”. Temos visto a ação de Deus sobre a terra (natureza e homens) nos selos e trombetas. Agora sua manifestação é mais enfática. Ele está irado contra aqueles que tem perseguido sua Igreja e irá agir contra eles. Esse é o alvo das sete taças.

João introduz uma visão que manifesta o tempo presente ao mostrar no céu aqueles que “venceram a besta”. Isto é importante, pois assegura que aqueles que foram aparentemente “derrotados” e “mortos” pela besta (13,7.15), na realidade, foram “vitoriosos” sobre ela. Eles não estão tristes por terem morrido, pelo contrário, tem cânticos de louvor a Deus e ao Cordeiro em seus lábios (15,3-4).

Em seguida sete anjos recebem sete taças de ouro contendo a cólera de Deus (15,7). Isso significa que o que está para acontecer na terra não é obra do acaso, mas obra de Deus. O que acontece na terra é definido no céu.

2. AS SETE TAÇAS DA IRA DE DEUS - cp. 16.

Levítico 26,21 afirma que aqueles que não querem andar segundo a vontade de Deus recebem “pragas” da Sua parte. É o que acontece aqui. Devemos notar uma progressão nas ações de juízo de Deus sobre a terra. Nos selos, toda a terra é atingida pelas catástrofes que acontecem no decorrer da história, incluindo cristãos e não-cristãos. Nas trombetas, o alvo são aqueles que não crêem em Cristo, os quais, diante do sofrimento, deveriam se arrepender e voltar para Deus (9,21). Porém isso não acontece. Já nas taças, temos uma especificação maior. A cólera de Deus, que se manifesta na história, visa os seguidores da besta (16,2) e a cidade de Roma (16,19). O objetivo agora já não é gerar arrependimento, mas punir. Quanto a isso, enquanto as trombetas atingiam uma “terça parte” (8,7.8.10.12; 9,15), as taças agem sobre tudo e todos. É o juízo de Deus que cai sobre aqueles que não o temem, pelo contrário, perseguem sua Igreja.

Para corroborar com o que foi dito acima, ou seja, que tanto trombetas quanto taças cobrem o mesmo período da história, basta que coloquemos em colunas paralelas os temas das trombetas e das taças para vermos a incrível semelhança:

As Sete Trombetas - cp.8-9 As Sete Taças - cp. 16
1. Terra (8,7) 1 . Terra (v.2)
2. Mar (8,9) 2. Mar (v.3)
3. Rios e fontes (8,10) 3. Rios e fontes (v.4)
4. Sol, lua, estrelas (8,12) 4. Sol (v.8)
5. Escuridão, tortura (9,2.5) 5. Escuridão, angústia (v.10)
6. Rio Eufrates (9,14) 6. Rio Eufrates (v.12)
7. Voz no céu (9,13) 7. Voz no trono (v.17).


Não deve ser surpresa para nós que o juízo de Deus se manifeste na história. Ele já agiu assim em Babel (Gn 11,1-9) e em Sodoma e Gomorra (Gn 19,24-25). Tais manifestações são apenas um prelúdio do grande ato de punição que será levado a cabo no dia do juízo final.

O capítulo 16, então, expressa a ação de Deus contra Roma e seus seguidores, dentro daquilo que seria o futuro em relação ao tempo de João e que culminará com a volta de Jesus Cristo (16,17-21). Isso deve ser entendido por nós como a manifestação do juízo de Deus na história e no final da história contra todo poder que se levante contra Ele e sua Igreja. Você pode identificar algum fato desse na história da humanidade?

A primeira taça (16,2) lembra a sexta praga do Egito (Ex 9,8ss). Quando as pessoas se manifestam impenitentes e contrárias à vontade de Deus, sua própria saúde pode ser atingida.

A segunda taça (16,3) relaciona-se com a primeira praga do Egito (Ex 7,17-21). Ela atinge o ser humano indiretamente, visto que ele depende do mar para viver.

A terceira taça (16,4-7), assim como a segunda, relaciona-se com a primeira praga do Egito (Ex 7,17-20). Aqui fala-se da água enquanto necessária para a vida humana. Possivelmente sua poluição deve-se à pecaminosidade do homem. Até com uma certa ironia, o anjo explica o por quê dessa praga (v.6). Também ouve-se, vindo do altar de Deus, vozes que louvam a justiça de Deus ao exercer juízo. É provável que essas vozes sejam dos cristãos que clamavam por justiça em 6,10.

A quarta taça (16,8-9) lembra a maldição de Deus sobre os que não o temem (Dt 28,22). Como não pensar, em termos contemporâneos, ao câncer de pele, devido a poluição da atmosfera?

A quinta taça (16,10-11) atinge diretamente a besta (império romano - cp. 13). É a ação direta de Deus sobre os poderes políticos, religiosos etc que se levantam contra Ele. A história tem mostrado como povos que não deram ouvidos a Deus foram retiradas do cenário internacional, como o Egito, Assíria, Babilônia, Grécia, Roma, e, mais recentemente, a União Soviética (com muita certeza porque perseguiu os cristãos).

A sexta taça (16,12-16) manifesta a oposição do diabo (dragão), de Roma (besta) e da máquina religiosa romana (falso profeta - em 19,20 ele é visto como aquele que faz com que as pessoas adorem a besta, mesmo papel da segunda besta em 13,12.15) contra Deus. Eles procuram unir aqueles que lhes dão apoio para lutar contra Ele (v.14). O lugar em que eles vão lutar chama-se “Armagedom”. Não há concordância quanto ao lugar e seu sentido. O certo é que ele representa a mesma batalha que virá mais tarde em 19,11-21 e 20,7-10. Porém aqui ela não é descrita.

A sétima taça (16,17-21) apresenta a vinda de Cristo (ver o paralelo entre o v.20 e 6,14), relacionada com a destruição de Babilônia (= Roma. Ver 17,5.9). O juízo sobre Roma na história é somente uma antecipação do juízo final que virá sobre ela.

CONCLUSÃO

As taças introduzem a ação direta de Deus contra os inimigos de seu povo. Nos capítulos 17 a 20 eles serão destruídos um por um. Depois virá a recompensa para aqueles que são fiéis.

3 comentários:

  1. Olá Pastor! Adicionei seu blog em meus favoritos! Obrigado por nos abençoar com essas mensagens bíblicas, que Deus o abençoe mais ainda! Continue firme nesse ministério, pois, se uma ou mil pessoas acessarem essas mensagens, a palavra de Deus cumprirá o seu propósito!
    Edvaldo Porto - Macarani/BA
    portomac@hotmail.com

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  2. muito bom.. bem explicado

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