quinta-feira, 26 de março de 2009

PG - EVANGELHO, PODER PARA IGUALDADE


Se há um costume cultural imposto à maioria da população que o Evangelho é radicalmente contra, e condena absolutamente, esse costume cultural é a segregação social. Isso já está tão enraizado em diversas, para não dizer todas culturas, que os segregados já, culturalmente, se acostumaram à exclusão, e a não fazer parte atuante da sociedade, pois cresceram vendo, culturalmente, a realidade de que eles são diferentes, inferiores, incapazes, indignos de pertencer, que seja por alguns momentos, a uma ‘estirpe’ de outra classe social.

Há alguns meses, minha esposa foi com nosso carro buscar, como fazemos de costume todos os domingos, uma família, onde o chefe do lar é um coletor de papel que mora em um dos ‘guetos’ afastados de nossa cidade Pato Branco/PR. Ao entrar no carro ele recomendou aos seus filhos: “cuidado, não mexam em nada, pois nós somos diferentes deles”. Em outra oportunidade, quando visitava as crianças daquele ‘gueto’, acompanhando-as no Projeto Amar, em que desenvolvemos um complemento alimentar de combate à desnutrição de crianças pobres e desnutridas, peguei uma delas no colo, brinquei um pouco com ela, quando percebi que a mães estavam olhando umas para as outras e rindo. Mais tarde perguntei àquele irmão qual era o motivo daquela reação, e ele me respondeu: “não é de costume alguém da alta pegar nossas crianças assim, no colo, como o senhor fez”.

Ora, o maior pecado que satanás e a natureza humana corrompida conseguiu colocar nesse belo mundo criado por Deus foi a segregação social. Distanciar-se dos pobres é distanciar-se de Jesus e do propósito de Deus, e Jesus mostrou que os pobres têm um lugar especial no plano de Deus, pois Ele nasceu em família pobre(Lc 2.7), viveu entre eles(Mt 11.5, 19.21, 26.9, Mc 10.1, Lc 4.18, 6.20, 7.22, 14.13, 18.22, Jo 12.6), os chamou de pequeninos(Mt 25.31-46) e morreu entre eles(Mt 27.38). É nesse contexto que a igreja do Reino deve ser atuante e manifestar-se contrária à segregação, realizando tarefas capazes de transformar costumes culturais que agridem a imagem e semelhança de Deus na Sua principal criação. Essa é uma responsabilidade da igreja pela qual não pode se esquivar, pois ela está diante do fato de que a “vinda do Reino de Deus é vista como um grande e único acontecimento: uma poderosa manifestação do poder divino, o qual vai acabar com os reinos perversos da soberania humana e vai encher a terra com justiça”.

O Evangelho é o poder de Deus para produzir a igualdade em toda e qualquer cultura, sem distinção. O Evangelho nos impede de vermos as pessoas do nosso nível geográfico, ou de baixo para cima, mas nos leva a ver o próximo de cima para baixo, de onde temos uma visão igual de todos. Não conseguimos ver maiores ou menores, mau ou bem vestido, feios ou bem aparentados, pobres ou ricos. Dessa forma, percebemos que o Evangelho produz nobreza em todos indistintamente, fazendo com que os integrantes do Reino desenvolvam, em seu contexto urbano, o “trinômio: liberte, égalité, fraternité”. Para desenvolvermos essa espiritualidade, precisamos experimentar uma unção do Espírito muito maior da que já estamos acostumados em nossa carreira cristã; é necessário experimentarmos um avivamento contemporâneo, pois quando olhamos para os avivamentos anteriores percebemos que, o que aconteceu em todos eles “não foi um caso de emoções passageiras, e sim algo tão profundo que as pessoas foram consumidas de zelo por Deus, por Seu nome, por Sua causa”, e pelos pobres como principal causa de Deus na humanidade.

Rev. Pevidor

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