Feliz ano novo!
Desejo a cada cidadão brasileiro um ano cheio de bênçãos, de vitórias, de curas, de prosperidades...
Mais um ano iniciamos. Um novo ano cheio de velhas expectativas. Poderíamos comemorar muito um novo ano de mudanças de paradigmas para as igrejas cristãs brasileiras. Certa vez ouvi, em uma reunião da Nova Era, em Belo Horizonte, que uma nova era se iniciará em breve, pois em dois mil anos de história, o cristianismo não conseguiu promover um mundo melhor, por isso, a era de peixes (símbolo do cristianismo primitivo) será inundada pela era de aquários, a nova era, que promoverá um mundo melhor.
Estranho uma seita que estudei ainda quando fiz seminário estar tão certa. Realmente, desde que os cristãos deixaram de agir como Cristo, o mundo piorou a cada ano. Em nome de Cristo a igreja cristã inventou as maiores heresias como a doutrina do purgatório, a caneca de São Pedro, a venda de terreno nos céus e a intercessão dos santos e da igreja, e tudo isso para levantar dinheiro para sustentar as arrogantes festas dos clérigos regadas a muito vinho, carne, sexo e luxúria; além de construírem a rica e luxuriosa Basílica de São Pedro. Mantinham o povo na miséria, tirava-lhes o pouco que possuíam para sustentarem seus pecados engordados pelo maquiavélico desejo de poder que envolvia a cúpula eclesiástica.
Os tempos mudaram, hoje não estamos mais em séculos de trevas, mas no século 21. Estranho falar, mas mesmo que tanto tempo tenha se passado, os pecados eclesiásticos sempre se mantiveram impregnados nos meios eclesiásticos. É estranho como a politicagem se mantêm forte nas reuniões dos grandes Concílios. A disputa nojenta por cargos altos, para ser “presidente” ou para simplesmente participarem da diretoria de comando tem levado pessoas a terem a igreja e os Concílios como fonte de satisfação de suas frustrações pessoais, profissionais ou até mesmo familiares. Este pecado está impregnado nas diretorias de jovens, grupos de homens e mulheres, em ministério de louvor então, na sua maioria não tem competência musical e a igreja “tem que engolir” a péssima música que se toca nas igrejas brasileiras contemporâneas.
Não estou falando das igrejas, estou falando de pessoas, gananciosas, estúpidas, arrogantes que tentam se dar bem, usando o precioso nome de Cristo.
Eu sou um homem de fé. Sei que fé é crer no inacreditável. Todavia minha fé estremece quando preciso acreditar que em 2011 as igrejas cristãs farão alguma coisa para promover um mundo melhor. Não queria, mas estou tendencioso a acreditar que continuaremos a ver as igrejas circulando em volta de seus próprios umbigos, como baratas tontas, circulando seus problemas internos, as lideranças brigando por poder interno, os bispos e apóstolos subindo o degrau de autoridade, quem sabe algum deles alcançado o status de “cristo”, as teorias universalescas da graça malafariana pregando a prosperidade vinculada ao valor de sua contribuição, quem sabe o grande apóstolo comprando mais fazendas de 60 milhões para sustentar seu prazer de caçar animais silvestres, na carroceria de sua grande caminhonete de 120 mil no pantanal mato-grossense. Talvez continuaremos a ver pastorzinhos com medo de pregar a verdade que liberta para não terem seu cargo (salário e todas as demais regalias oferecidas pela igreja local) ameaçado, quem sabe continuaremos a ver uma igreja insípida que passa sempre desapercebida ao caus religioso que vivemos por falta da verdade, totalmente cega quanto ao caus moral que vive nossa nação, que silencia à ameaça de leis que proíbem falar contra homo afetividade, apagada quanto à miséria social que vive boa parte da nossa nação, vulgo cristã, brasileira. Uma igreja INSÍPIDA é o que temos visto até agora no meio cristão brasileiro.
Vamos lá, se você não concorda comigo, vamos fazer a diferença, vamos ser a diferença. O mundo não precisa mais de uma igreja “sem graça”, o mundo precisa de uma igreja que transforma, que age, que luta, que desembainhe sua espada e vá à guerra, afinal, a obra de Cristo foi confiada à igreja até sua segunda e definitiva volta.
Quero acreditar que em 2011 a igreja cristã brasileira vai provocar a mudança eclesiástica e social em nossa nação. Todavia, neste caso, estou como Tomé, só acredito vendo. Desculpe-me, mas estou saturado com o velho cristianismo que tenho acompanhado a quarenta e dois anos. Espero que aquela conversa de pé de ouvido do Bispo Edir Macedo com a Presidente Dilma tenha sido regada das frases: “vamos caminhar juntos, igrejas e governo, conte conosco, Deus governará ao seu lado esta nação, vamos mudar o Brasil juntos....”
Quero acreditar!
Alexandre Pevidor
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